quarta-feira, 7 de julho de 2021

3º ANO - 07 D EJULHO DE 2021

 Leia um dos sonetos de Camilo Pessanha, publicado originalmente em Clepsidra.




Soneto

Camilo Pessanha

Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, por que não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...

Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
– Por que ides sem mim, não me levais?

Sem vós o que são os meus olhos abertos?
– O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...

Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
– Estranha sombra em movimentos vãos.

PESSANHA, Camilo. In: MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. 35. ed. São Paulo: Cultrix, 2009. p. 410.


1 Analisando o poema acima, qual tema ele aborda?

2 A quem o eu lírico se dirige?

3 o que sugerem os termos relacionados à água nos versos a seguir?

Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...
Ou para o lago escuro onde termina


4 O que podem simbolizar, no soneto, as palavras e expressões imagens, retina dos meus olhos e meus olhos abertos?

5 A que o eu poético compara seus olhos na 3ª estrofe? Explique.

6 Que estrofes do poema revelam o vazio e a dor existencial do eu diante da incapacidade de apreensão do mundo exterior e do caráter transitório da vida?

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