terça-feira, 6 de julho de 2021

1º ano - 06 de julho de 2021

 Leia o texto abaixo e elabore um esquema com as informações mais importantes.




A crônica através dos tempos

A palavra crônica está associada ao termo latino chronos e ao termo grego khrónos. Khrónos é o nome de um deus grego, filho de Urano (o Céu) e Gaia (a Terra). Na mitologia grega, ele devora seus próprios filhos e simboliza o tempo.

Na Roma Antiga, a palavra chronica nomeava o registro de fatos históricos verídicos em ordem cronológica, de forma objetiva, sem as avaliações e interpretações do cronista.

Eram também classificadas como crônicas as descrições da origem de uma família nobre, da vida de um rei e dos santos, e as narrativas dos viajantes, catequizadores etc.

Em Portugal, na Idade Média, os chamados cronicões eram relatos dos fatos burocráticos, das iniciativas reais. O cronista Fernão Lopes é considerado o fundador da prosa portuguesa, pois empregava recursos literários em suas crônicas. Outros cronistas portugueses do século XV são Gomes Eanes de Zurara e Rui de Pina.

Após a invenção da prensa de tipos móveis (imprensa) por Joahannes Gutenberg (provavelmente entre os anos de 1444 e 1454), esse tipo de narrativa passou a ser mais conhecido e lido pelo povo, principalmente nos países europeus.

Como registro de uma época, a crônica foi mudando ao longo do tempo. Assim, na Inglaterra, no século XIX, as crônicas publicadas na imprensa adquiriram características literárias e jornalísticas. Tornaram-se textos leves, de caráter pessoal, mas relevantes.


A crônica literária no Brasil

Alguns estudiosos da crônica brasileira consideram a Carta do Achamento, de Pero Vaz de Caminha, o primeiro exemplar do gênero em nosso país. Dessa forma, a literatura brasileira teria se originado da crônica.

A crônica literária brasileira firmou-se a partir da segunda metade do século XIX, quando começaram a se desenvolver a indústria, a imprensa, o comércio e a vida cultural nas grandes cidades. Nessa época, a crônica, que recebia o nome de folhetim, era uma seção de jornal em que se publicavam pequenos contos, poemas em prosa, artigos a respeito de fatos políticos, sociais, artísticos e literários do dia ou da semana.

No Brasil, esse gênero modificou-se ao longo do tempo e foi incorporando a linguagem literária, as funções emotiva e estética. Isso devido à produção de escritores como Machado de Assis, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e Raul Pompeia, que publicavam nos jornais crônicas em que comentavam os fatos do cotidiano. Esses autores tinham como público-alvo as mulheres. Lima Barreto, Antonio Maria e João do Rio deram continuidade a essa tradição.

As funções da linguagem são estudadas no capítulo 3 da frente Integrando linguagens.

No século XX, destacaram-se algumas cronistas, entre elas Carmen Dolores, Júlia Lopes de Almeida, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Cecília Meireles e Eneida Moraes.

A partir da segunda metade do século XX, principalmente nos grandes centros urbanos, a crônica tornou-se um dos gêneros mais populares do país, explorando os acontecimentos do dia a dia, os costumes e o comportamento das pessoas. Esse gênero literário passou a ocupar um lugar privilegiado no cenário literário nacional. Em razão disso, muitos contistas, romancistas, poetas, jornalistas, assim como profissionais de outras áreas − sociólogos, antropólogos, psicanalistas, economistas, cientistas, esportistas, compositores, e educadores –, têm se dedicado a ele.

Entre os cronistas brasileiros, podemos destacar Stanislaw Ponte Preta, Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos, Hélio Pellegrino, Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, Nelson Rodrigues, Moacyr Scliar, João Antônio, Armando Nogueira, Luis Fernando Verissimo, Carlos Heitor Cony, Millôr Fernandes, Zuenir Ventura, Ferreira Gullar, Ignácio de Loyola Brandão, José Simão, Ruy Castro e Antônio Prata.

Esses e outros cronistas dão um caráter peculiar ao gênero no país, produzindo crônicas narrativas, descritivas, argumentativas, expositivas, sentimentais, filosóficas, reflexivas, poéticas, humorísticas, irônicas e críticas a respeito de temas do cotidiano ou de fatos culturais, esportivos, políticos, sociais, entre outros.

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