terça-feira, 22 de junho de 2021

2º ano - 22 de junho de 2021

 

1 Leia a cantiga de amor de Paio Soares de Taveirós:

Cantiga d’amor

Como morreu quen nunca bem
Como pôde morrer quem nunca o bem
ouve da ren que mais amou

teve de quem mais amou
e quen viu quanto reçeou
d’ela e foi morto por en,
por isso
Ay, mha senhor, assi moyr’eu!

Ai, minha senhora, assim morro eu!

Como morreu quen foy amar
quen lhe nunca quis ben fazer,
e de que[n] lhe fez Deos ueer
ver
de que foy morto com, pesar,
Ay, mha senhor, assi moyr’eu!

Com ome que ensandeceu,
Como homem
senho, cõ gran pesar que uiu,
com / viu
e foy ledo, nen dormiu
não
depois, mha senhor, e morreu,
Ay, mha senhor, assi moyr’eu!

Como morreu quen amou tal
dona que lhe nunca fez bem
e quen a uiu leuar a quen
levar
nõ valia, nen a ual,
não a valia (merecia), nem a vale (merece)
Ay, mha senhor, assi moyr’eu!

TAVEIRÓS, Paio Soares de. Cantiga d’amor. In: LINS, Álvaro; FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Roteiro literário de Portugal e do Brasil. Antologia da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966. v. 1.


Indique as alternativas incorretas e corrija-as: 

a) O eu poético é masculino.

b) O amor é correspondido.

c) O eu poético se compara a alguém que morreu por amor.


Leia este informativo: 

Cantiga de amigo paralelística

Quanto à forma, uma das classificações das cantigas de amigo é chamada de paralelística. Ela ocorre quando a mesma ideia, um pouco alterada, se repete em estrofes de dois versos, em número par, seguidas de um refrão (fórmula vocal ou instrumental que se repete regularmente em uma composição).

2 Agora leia a canção abaixo:

– Ai flores, ai flores do verde pino,
pinho, pinheiro
se sabedes novas do meu amigo?
se sabeis notícias do meu namorado
Ai Deus, e u é?
onde ele está?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs conmigo?
aquele
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado?
Ai Deus, e u é?

– Vós me preguntades polo voss’amigo
perguntastes pelo
e eu bem vos digo que é san’e vivo,
Ai Deus, e u é?

– Vós me preguntades polo voss’ amado
e eu bem vos digo que é viv’e sano.
Ai Deus, e u é?

– E eu bem vos digo que é san’e vivo
e será vosco ant’o prazo saído.
estará convosco antes / terminado
Ai Deus, e u é?

– E eu bem vos digo que é viv’e sano
e será vosc[o] ant’o prazo passado.
Ai Deus, e u é?

DOM DINIS. In: Cantigas medievais galego-portuguesas. Base de dados on-line do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Disponível em: <http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=592&tr=4&pv=sim>. Acesso em: 9 set. 2015.

Marcos Garuti

a) O que caracteriza essa cantiga de amigo como paralelística? Explique.

b)  Observe que há um diálogo entre o eu lírico feminino e a natureza, sua confidente. Explique esse diálogo.

d) Assinale a(s) alternativa(s)que não caracteriza(m) as cantigas de amigo.

I. O eu lírico é feminino.

II. O eu lírico personifica a natureza.

III. O eu lírico pede notícias de seu amigo.

IV. O refrão expressa a ansiedade do eu lírico.

V. O eu lírico pertence à nobreza.

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