1
Leia a cantiga de amor de Paio Soares de Taveirós:
Cantiga
d’amor
Como
morreu quen nunca bem
Como pôde morrer quem nunca o bem
ouve da ren que mais amou
teve de quem mais amou
e quen viu quanto reçeou
d’ela e foi morto por en,
por isso
Ay, mha senhor, assi moyr’eu!
Ai, minha senhora, assim morro eu!
Como
morreu quen foy amar
quen lhe nunca quis ben fazer,
e de que[n] lhe fez Deos ueer
ver
de que foy morto com, pesar,
Ay, mha senhor, assi moyr’eu!
Com
ome que ensandeceu,
Como homem
senho, cõ gran pesar que uiu,
com / viu
e nõ foy ledo, nen dormiu
não
depois, mha senhor, e morreu,
Ay, mha senhor, assi moyr’eu!
Como
morreu quen amou tal
dona que lhe nunca fez bem
e quen a uiu leuar a quen
levar
nõ valia, nen a ual,
não a valia (merecia), nem a vale (merece)
Ay, mha senhor, assi moyr’eu!
TAVEIRÓS, Paio Soares de. Cantiga d’amor. In: LINS,
Álvaro; FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Roteiro literário
de Portugal e do Brasil. Antologia da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.
v. 1.
Indique as alternativas incorretas e corrija-as:
a)
O eu poético é masculino.
b)
O amor é correspondido.
c)
O eu poético se compara a alguém que
morreu por amor.
Cantiga
de amigo paralelística
Quanto
à forma, uma das classificações das cantigas de amigo é chamada de paralelística. Ela ocorre quando a
mesma ideia, um pouco alterada, se repete em estrofes de dois versos, em número
par, seguidas de um refrão (fórmula vocal ou instrumental que se repete
regularmente em uma composição).
2 Agora leia a canção abaixo:
–
Ai flores, ai flores do verde pino,
pinho, pinheiro
se sabedes novas do meu amigo?
se sabeis notícias do meu namorado
Ai Deus, e u é?
onde ele está?
Ai
flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai Deus, e u é?
Se
sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs conmigo?
aquele
Ai Deus, e u é?
Se
sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado?
Ai Deus, e u é?
–
Vós me preguntades polo voss’amigo
perguntastes pelo
e eu bem vos digo que é san’e vivo,
Ai Deus, e u é?
–
Vós me preguntades polo voss’ amado
e eu bem vos digo que é viv’e sano.
Ai Deus, e u é?
–
E eu bem vos digo que é san’e vivo
e será vosco ant’o prazo saído.
estará convosco antes
/ terminado
Ai Deus, e u é?
–
E eu bem vos digo que é viv’e sano
e será vosc[o] ant’o prazo passado.
Ai Deus, e u é?
DOM DINIS. In: Cantigas medievais galego-portuguesas.
Base de dados on-line do Instituto de Estudos Medievais
da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Disponível em:
<http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=592&tr=4&pv=sim>.
Acesso em: 9 set. 2015.
Marcos Garuti
a) O que caracteriza essa cantiga de amigo como paralelística? Explique.
b) Observe que há um diálogo entre o eu lírico feminino e a natureza, sua confidente. Explique esse diálogo.
d) Assinale a(s) alternativa(s)que não caracteriza(m) as cantigas de amigo.
I.
O eu lírico é feminino.
II. O eu lírico personifica a
natureza.
III. O eu lírico pede notícias de seu
amigo.
IV. O refrão expressa a ansiedade do
eu lírico.
V. O eu lírico pertence à nobreza.
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