Você vai ler o trecho de uma cantiga provençal do século XII, do trovador Arnaut Daniel.
Se eu não a tenho, ela me tem
Arnaut
Daniel (tradução-recriação de Augusto de Campos)
Se
eu não a tenho, ela me tem
o tempo todo preso, Amor,
e tolo e sábio, alegre e triste,
eu sofro e não dou o troco.
É indefeso quem ama.
Amor comanda
à escravidão mais branda
e assim me rendo,
sofrendo,
à dura lida
que me é deferida.
Se
calo, é porque mais convém
calar, em mim, o meu calor.
A língua hesita, o corpo existe
e, doendo, acha pouco,
sofre mas não reclama.
A sombra vã da
memória me demanda
e eu me surpreendo
mexendo
nesta ferida
sempre revolvida.
CAMPOS, Augusto de. Mais provençais – Arnaut
Daniel/Raimbaut D’Aurenga. São Paulo:
Companhia das Letras, 1987. p. 79.
1
Registre no caderno a alternativa que não se
relaciona a essa cantiga.
a) Eu lírico masculino.
b) Submissão do amado.
c) Amor inatingível.
d) Aceitação do sofrimento.
e) Consumação do amor.
2
Identifique na cantiga os versos em que:
a)
o eu lírico retoma o sentimento expresso
no título;
b)
o eu lírico aceita o sofrimento.
3
A palavra Amor foi
grafada com letra inicial maiúscula. Como você interpreta isso?
4.Leia as informações a seguir para
realizar a próxima atividade.
Amor
cortês e vassalagem amorosa
Na
literatura produzida na Idade Média, a expressão amor cortês refere-se
ao amor nobre, puro e leal de um homem por uma mulher. O homem se submete à
amada. Essa relação amorosa é chamada de vassalagem amorosa, pois, de certa
forma, ela reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais.
a)
Em que versos do poema essa ideia de
vassalagem amorosa fica explícita?
b)
Qual palavra desses versos resume essa
ideia?
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