ATIVIDADES PARA A SEMANA
Atividade 1: Leitura e interpretação de
texto (TERÇA-FEIRA 14/04)
- Leia o conto de Fernando Sabino para responder o que se pede:
O HOMEM NU
Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.
Fernando Sabino
Ouça a narração do poema HOMEM NU clicando no vídeo abaixo:
Agora responda às questões
1. Que fato dá início ao conflito do conto?
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2. No trecho “Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações.” A que coisas o personagem se refere?
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3. Transcreva aqui um trecho do texto que contenha humor.
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4. Em sua opinião, qual(is) o(s) momento(s) de maior tensão da conto?
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5. Procure em um dicionário (ou no Google, se preferir) os significados das palavras retiradas do texto:
a)Vigarice ________________________________________________
b)Lanço _________________________________________________
c)Grotesco _______________________________________________
d)Encetar _________________________________________________
e)Estarrecida ______________________________________________
· Assista a este vídeo sobre Elementos da Narrativa:
Agora responda as questões que se seguem:
Agora responda as questões que se seguem:
6. Encontre no conto Homem Nu os seguintes elementos do enredo:
a) Personagens.
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b) Enredo.
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c) Narrador.
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d) Tempo.
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e) Espaço.
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e) Espaço.
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Em uma tentativa de esclarecer se o texto lido Homem Nu de Fernando Sabino é conto ou crônica, o próprio autor afirmou certa vez “digamos, pois, que chamada de crônica ou de conto, “O Homem Nu” não passa de uma história. Só peço que seja história mesmo – nada da antipática e insustentável estória em que andam insistindo por aí – mas isso já é outra história”. Fonte: https://rubem.wordpress.com/2015/12/29/sabino-responde-se-o-homem-nu-e-conto-ou-cronica/
Atividade 2: Gramática (Quarta-feira, 15/04)
· O conteúdo de fonemas e letras já foi visto em sala de aula. Revise nas páginas 213 até a 216 do seu livro didático e responda o que se pede:
1. Assinale a alternativa correta a respeito da palavra CHURRASQUEIRA:
a) Apresenta três dígrafos.
b) A divisão silábica correta é chu-rras-quei-ra
c) Apresenta um tritongo.
d) Apresenta três encontros consonantais.
2. Assinale a alternativa correta a respeito da palavra CHAPÉU
a) Possui cinco fonemas
b) Apresenta cinco letras
c) Apresenta um hiato
d) Apresenta um ditongo crescente.
3. Escreva quantos fonemas e quantas letras têm as palavras abaixo:
a) Chuvarada.
b) Garra.
c) Hospital.
d) Creme.
e) Galinha.
4. Dos grupos destacados, identifique as vogais e as semivogais:
a) Saudade.
b) História.
c) Série.
d) Língua.
5. Qual das alternativas abaixo possui palavras com mais letras do que fonemas?
a) Caderno
b) Chapéu
c) Flores
d) Livro
Atividade 3: Produção Textual (Quinta-feira, 16/04)
O texto Homem Nu de Fernando Sabino é escrito a partir de uma situação inusitada: Um homem nu que fica preso fora do apartamento e teme ser flagrado por alguém naquela situação constrangedora.
Escreva em seu caderno um pequeno conto narrando uma situação também inusitada que aconteceu com você ou que você leu ou ficou sabendo. O conto deve ser uma invenção sua. SEJA CRIATIVO!
Comente abaixo com seu nome completo. Esta será nossa frequência.
Adão campos da cunha junior
ResponderExcluirAdão campos da cunha junior
ResponderExcluirAdão campos da cunha júnior
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